Muito provavelmente você já ouviu falar de fones com cancelamento de som (ou noise-cancelling), que tem se tornado cada vez mais populares no mundo todo. Mas o que é exatamente o cancelamento de som? Como funciona? Esses fones são bons? O que é o cancelamento de som? Se você se lembra das suas aulas de física do ensino médio, deve se recordar que duas ou mais ondas, ao se encontrarem, sofrem interferência (e já pode pular para o próximo tópico, por ser um bom aluno). Para quem não se lembra, aí vai uma pequena aula sobre ondas: Se a crista (parte mais alta) de uma onda encontra com a crista de outra onda, o resultado é uma nova crista que é a soma das duas, fenômeno chamado “interferência construtiva”. Acontece que o contrário também é válido: se o vale (parte mais baixa) de uma onda se encontra com a crista de outra, o resultado é uma nova onda que será a diferença entre as duas, ou seja, menor que as originais, fenômeno chamado de “interferência destrutiva”. E é justamente a interferência destrutiva que permite que o cancelamento de som funcione.
Como funciona o cancelamento de som? No começo do século XX, alguém pensou: “se o som é uma onda, e ondas sofrem interferência; por que não usar o som para destruir o próprio som?”. À primeira vista, é uma ideia furada, e por que não, engraçada; mas os testes e a realidade mostraram o contrário: na década de 1950, alguns aviões e helicópteros já tinham o sistema em suas cabines, e em 1986, os primeiros protótipos de headphones com cancelamento de som, fabricados pela Bose, já começavam a aparecer. Os sistemas atuais geralmente funcionam captando o som externo, por meio de um ou mais pequenos microfones do lado de fora do casco do aparelho, que enviam as ondas que captaram para um sistema eletrônico no interior do fone, que por sua vez, enviam o mesmo som para os drivers; assim, o que chega aos ouvidos do usuário são ruídos bem atenuados, além de alguns sons que não são possíveis fazer o cancelamento tão rápido, como voz ou batidas pontuais.
Esses fones são bons? Na grande maioria das vezes, sim, são muito bons. Por terem uma maior tecnologia e pesquisa por trás, as companhias costumam não conter custos também na qualidade dos headsets, colocando drivers de melhor qualidade, cabos de baixa distorção, espumas confortáveis, design ergonômico e muitas vezes até equalizadores digitais. Tudo isso os torna excelentes compras, com poucas exceções. Mas nem tudo são flores: como o sistema de noise-cancelling trabalha mandando som para dentro do headphone, pode haver uma pequena distorção do som, especialmente em ambientes mais barulhentos, como aviões, obras e salões movimentados, o que pode não agradar aos audiófilos mais puristas – mas não se preocupe com isso se seu ouvido não for realmente muito bem treinado. Outro ponto fraco desses fones é o uso de baterias, geralmente baterias recarregáveis, que duram em média 20h, ou pilhas, que podem durar até 40h, sendo que a maioria deles não tem a capacidade de tocar música sem bateria; andar com um cabo ou pilhas extras na mochila é uma realidade de quem os usa no dia-a-dia.
E o preço? Vale a pena? Headphones desse tipo costumam ser bem salgados. Um modelos mais populares são o Bose QuietComfort25, que reconhecidamente tem o melhor cancelamento de som do mercado, além de dar bastante ênfase ao conforto e qualidade de som, não sai por menos de US$300 (encontrado por aqui a R$2000). Outro modelo bem conhecido é o Beats Studio, popular em todo o mundo por seu design, marca e equalização ideal para músicas eletrônicas e Hip Hop; pode ser comprado oficialmente a US$300, ou a partir de U$250 em sites como amazon (pode ser comprado a R$1800 no Brasil). Outros modelos mais simples podem ser encontrados a partir de U$110, mas sem a mesma qualidade de áudio e de cancelamento um Bose ou um Audio-Technica.