Quando falamos em “futebol americano”, geralmente a primeira coisa que nos vem à cabeça são 22 brutamontes num gramado, de capacetes e armaduras, lutando com toda sua força para atravessar o campo com uma bola oval – ou impedindo o outro time de fazê-lo. O que muita gente não sabe, é que o futebol americano, apesar de parecer um jogo de força, é um dos esportes que mais necessitam de táticas, e um dos que mais usam a tecnologia dentro e fora de campo. A NFL, Liga Estadounidense de Futebol Americano, é uma das ligas mais receptivas do mundo às novas tecnologias. Agora, os mais novos “brinquedinhos” da NFL são nada menos que drones para imagens aéreas. Os aparelhos serão usados pela divisão de filmes da liga, a NFL Films, que já fazia esse tipo de filmagens, mas com veículos tripulados. A FAA (órgão americano similar à ANAC) autorizou o uso de VANTs, mas com uma importante ressalva: só podem ser usados para filmar estádios vazios, ou seja, imagens de fãs indo à loucura ou emocionantes touchdowns estão fora de alcance por enquanto. A autorização coloca a NFL na vanguarda do uso comercial de drones.
Essa prática, até o começo do ano, era quase uma terra-sem-lei, quando a FAA começou a aprovar o uso comercial desde que os operadores tivessem qualquer licença oficial de vôo, incluindo para ultraleves e balões de ar quente. Isso permitiu que centenas de empresas conseguissem a autorização, e várias outras com pedidos em tramitação. Segundo a FAA, o caso da NFL é de “interesse público”, por serem mais baratos e mais seguros que veículos tripulados, por não terem nenhuma pessoa nem combustíveis inflamáveis a bordo. Vale lembrar que, nos EUA, os drones causaram alguns acidentes alarmantes nos últimos meses, um deles envolvendo um evento esportivo. Em janeiro, um drone recreativo caiu no gramado da Casa Branca, levando a segurança ao modo de ameaça total. Algumas semanas atrás, um drone caiu em uma seção vazia das arquibancadas durante um jogo de tênis da US Open, levando uma pessoa à prisão.
Como a NFL não voará em qualquer lugar perto de pessoas, as chances de algo assim acontecer em um futuro próximo são quase nulas. A FAA deixou claro também que está procurando uma maneira de policiar melhor o uso de aeronaves não tripuladas, de forma comercial ou recreativa. No Brasil, provavelmente não veremos drones voando em um estádio de futebol tão cedo. Além dos altos preços, as regras da ANAC para voos não tripulados são bem mais rígidas que as americanas, incluindo a necessidade de aeronaves de 6 ou mais pás (que são mais caras) e uma série de outras regras limitando a altitude do voo e o espaço em que podem ser utilizadas.